Você sabia? Jogar videogame pode fazer bem à saúde

Muito já se falou sobre as comprovações científicas a respeito dos efeitos negativos que o vício em videogames pode causar na rotina e na saúde mental das pessoas. No entanto, se o gamer (pessoa que joga videogame) joga apenas por diversão e dentro de um limite saudável, isso pode ser benéfico? Estudos e especialistas apontam que sim.

A psicóloga e professora do curso de Psicologia da Wyden, Isabela Oliveira, explica que a ciência tem se dedicado a entender como os jogos digitais impactam nosso cérebro e comportamento, buscando compreender de que forma os games podem provocar efeitos positivos. Um dos modelos mais utilizados para investigar essa questão é o GLM (Modelo Geral de Aprendizagem), que considera diferentes tipos de mídia — incluindo os games — e mostra que o videogame vai muito além de simplesmente passar o tempo: trata-se de um processo de aprendizado ativo. “Ou seja, ao jogar, a pessoa se engaja a ponto de precisar definir metas, aprender com os erros, estando em um constante processo de tentativa e erro”, comenta Isabela.

Esse tipo de envolvimento, especialmente quando repetido com frequência, pode gerar mudanças a longo prazo na forma como pensamos, sentimos e até agimos — principalmente quando o jogo exige várias etapas para que o sistema de recompensa seja ativado. Por exemplo, quando é possível ajustar o nível de dificuldade de modo que ele seja considerado desafiador na medida certa pelo sistema motivacional do jogador, observa-se a criação de um ambiente de treino contínuo, no qual habilidades relacionadas a processos psicológicos como atenção, memória, resolução de problemas e tomada de decisões podem ser constantemente exercitadas.

A psicóloga ainda pontua que os games oferecem feedbacks rápidos e recompensas constantes, o que reforça o aprendizado. “Não é apenas que o jogador ‘decora’ alguma coisa, mas a variedade comportamental ajuda o cérebro a criar conexões — um processo que denominamos neuromodulação”, conclui.

Para o professor de inglês Pedro Arthur, jogar videogame sempre foi muito mais do que apenas entretenimento. Ele os considera uma ferramenta de transformação pessoal e intelectual, e até mesmo profissional. “Desde a infância, os jogos eletrônicos me proporcionaram experiências que moldaram minha educação, habilidades cognitivas e até mesmo minha carreira. Um dos impactos mais significativos foi no aprendizado do inglês. Os jogos exigiam que eu lesse e compreendesse diálogos complexos, expandindo meu vocabulário e minha compreensão da língua. Esse contato constante e motivador foi decisivo para que eu me tornasse um estudante de Licenciatura em Inglês, algo que jamais imaginei quando criança, mas que hoje reconheço como uma conquista diretamente ligada aos games”, explica.

Além do idioma, Pedro lembra que os videogames também aprimoraram seu raciocínio lógico e sua capacidade de resolver problemas. Alguns jogos o desafiaram a pensar de forma criativa, enquanto outros o ensinaram a planejar e tomar decisões sob pressão. Essas habilidades não ficaram restritas ao mundo virtual: elas ajudaram o gamer na vida acadêmica e profissional, desenvolvendo sua capacidade de análise e resiliência. 

“Hoje, vejo os games não apenas como uma paixão, mas como uma influência essencial na minha formação. Eles me ensinaram idiomas, estimularam minha mente e me mostraram que o aprendizado pode ser divertido e dinâmico. Por tudo isso, os videogames ocupam um lugar especial na minha história e continuam a me inspirar diariamente”, finaliza Pedro.

Estímulo positivo

Isabela indica alguns tipos de jogos que se destacam. Jogos de estratégia, quebra-cabeças, simulações e até RPGs — sigla derivada do termo em inglês Role-Playing Game — tendem a estimular habilidades como planejamento, resolução de problemas, empatia e tomada de decisão. Já games cooperativos, que envolvem trabalho em equipe, podem fortalecer habilidades sociais. Ainda assim, o mais importante é como o jogador se envolve com o jogo, e não apenas o gênero do game em si. 

Além dos benefícios já citados, pais e educadores também podem usar os jogos como porta de entrada para conversas, para fortalecer vínculos e até como recurso terapêutico — como, por exemplo, o uso da gamificação em planos de ação terapêutica — desde que haja diálogo, presença e limites bem definidos.

Até onde vai o limite?

A professora da Wyden alerta que, para crianças e adolescentes, o ideal é que o uso seja supervisionado e equilibrado com outras atividades, além de seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para exposição diária às telas. Entre 6 e 10 anos, o tempo de uso deve ser de, no máximo, 1 a 2 horas por dia. Já para crianças maiores e adolescentes, entre 11 e 18 anos, o tempo de tela não deve ultrapassar três horas diárias.

É importante, claro, estar atento aos casos em que os videogames são usados em excesso, pois isso pode gerar isolamento social, sedentarismo, distúrbios do sono, prejuízos no rendimento escolar ou profissional e, em casos mais extremos, dependência — inclusive com reflexos na vida adulta. “O equilíbrio continua sendo necessário para aproveitar o que os jogos têm de bom, sem abrir mão da saúde mental e física”, finaliza Isabela.

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